18 de fevereiro de 2011

Don't Cry


Meu mundo parecera desabar naquele instante. Ali perdi o meu chão, vê-lo com ela, na minha frente. Senti como se alguém arrancasse fora meu coração, e o apertasse a fim de a dor ser ainda maior. Como suportar tamanha decepção?

Pedro nos braços de Léa, logo com ela que se dizia minha melhor amiga. Senti uma lágrima descer por minha face, e aquela com certeza não seria a primeira. Entreguei-me a Pedro, entreguei o que tinha e o que não tinha por ele.

Ao fundo ouvia um piano tocar uma canção triste... Seria aquela a marcha fúnebre do amor que eu sentira um dia? Uma parte de mim morrera naquele abraço. É como se os dois, eles dois, estivessem a sufocar-me.

Agora, eu era apenas um corpo, gélido, paralisado por ver aquela cena. Pensei que aquilo fosse um delirar de Shakespeare, em que, apenas a Julieta haveria de morrer, sacrificar-se por um amor não correspondido.

Havia perdido e a dor se tornava maior, até que percebi que sofria pela perda de algo que nunca fora meu. Sabia que agora era a hora de fazer algo, e com as minhas próprias mãos decidi dar um fim aquilo.

Comecei engolindo aquela última lágrima que ousava rolar em meu rosto. Com ela, provei o sabor da dor... Era amargo, travava ao descer pela garganta... Chegava a lembrar o gosto de sangue.

Logo, lembrei que sangue também é vida. Então conclui que a parte que me foi retirada, era o que em mim havia de menor valor... Pedro, Léa, e, aquele sentimento que me parecera amor, nada de fato significava em minha vida.

Afinal, ninguém perde algo que nunca lhe pertenceu.