Parece que ainda foi ontem a primeira vez em que o vi. Nem de longe poderia imaginar que aquela voz, aquele rosto, não mais sairia de minha cabeça, nem do meu coração. Seu olhar surpreso e até um pouco confuso, não conseguia enxergar a luz que a sua presença irradiava sobre minha vida.
No meu peito ardia o fogo de uma paixão, que nascera de forma tão espontânea e numa velocidade tão fugaz, que nem eu mesma entendia como assim poderia ser.
Mas foi, e se foi, tão rápido quanto a sua chegada.
Talvez não tenha sido aquele “o momento” certo para nos encontrar. Talvez aquela coisa de ser tão ao acaso, tenha provocado efeito contrário ao que esperávamos. Nossas diferenças pareciam tão pequenas num primeiro momento, tão insignificantes.
Tentei mostrar-me pronta para alguém como ele, tentei esconder “a menina” que surge sempre nas horas em que tento ser mulher.
Marcamos um novo encontro, e assim, pensei que nossa primeira conversa, nosso primeiro papo, havia sido para ele, bastante agradável.
Surpreender, essa foi a palavra que ditaria o meu look para aquele novo encontro. Vesti o pretinho básico, uma boa pedida para quem deseja elegância sem extravagância. E caminhei rumo aquele, que para mim se tornaria “o encontro”.
Lá estava ele, a minha espera.
Desculpei-me pelo atraso de não mais que alguns minutinhos. Depois de um bom tempo conversando, resolvemos sair para um lugar diferente do que ele havia me falado. Seguimos com a programação... Andamos um pouco, comemos um tanto, conversamos um tanto mais, andamos mais um pouco, e no pouco nos despedimos.
Como assim? “Não sei. Só sei que foi assim”, como diria o carinha do Alto da Compadecida.
Mas foi nesse momento que percebi: quão seja a direção que os olhos de meu coração buscarem o amor, mas os olhos do amor estarão vendados para enxergar a direção que o trará ao meu coração.